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Músico, vivo, questionador, aprendiz

sábado, maio 15, 2010

Traz pra frente

Há quem sonhe de frente pra trás, buscando o que já não é.
O que traz? Saudade?
Há quem sonhe ser reconhecido, sem nem se preocupar em realmente ser.
O que traz? Ilusão?
Há quem sonhe de trás pra frente, revolvendo.
O que traz? Memória?
Há quem sonhe o que nunca houve.
O que traz? Utopia?


Hoje comprei mel. Minha garganta tava horrível ontem. Hoje tá melhor. Agora os habitantes do planeta albergue já mudaram bastante. Houve uma invasão inglesa. Daniel (alemão) foi embora. Matilde (francesa) foi embora. Olivier (canadense) foi embora. Restam quatro argentinas rionegrenses, um casal de ingleses, um sei-la-o-que-pouco-social, uma argentina que bate portas e aparece como um fantasma (acho que fez curso com o Batman ou com o Mestre dos Magos). Terminei o nivel 3 de espanhol. Em duas semanas ví tudo quanto foi tempo-verbal. Não que agora eu saiba bem, mas já tenho uma boa noção e é questão de tempo e prática pra decorar e fluir. Comprei 3 livros em espanhol muuuuito baratos. Clássicos como 'Cem Anos de Solidão' e 'Relatos de um Náufrago' - Gabriel García Marquez, 'A Casa dos Espíritos' - Isabel Allende.

Últimos dias o albergue tava tão cheio e divertido que saí pouco. Além disso to guardando o dinheiro e passeio turísticos mesmo pra última semana. O que faço bastante é andar nas ruas. Cada dia escolho uma direção e vou andando porque aqui é tudo plano. Anda-se quilometros sem cansar. Vai fazer isso em Minas Gerais pra ver... Tenho que dizer uma coisa. Argentino não sabe comer. =P. O almoço e jantar deles é bicolor, no máximo. Mãe, que saudade de comer 10 cores por refeição. Aqui você come uma carne com purê ou uma massa com um molho de um queijo alguma-coisa ou pizza ou apela pra fast-food. O melhor a fazer é cozinhar. Como não tem panela-de-pressão aqui no albergue não pude fazer feijão, mas arroz, salada, ovo ou omelete, macarrão, molhos. Tudo é possível.

Mãe, quando eu crescer vou morar num albergue. Você aprende todas as diferenças de uma mesma língua de acordo com a região, conhece todas as línguas, conhece gente do mundo todo, conhece um japonês que não sabe fazer ovo mexido frito e que mistura molho de tomate pronto, frio, no arroz quente e come como um leão feliz da vida.

Todo mundo vê a vida pelo buraco da fechadura. Minha fechadura hoje tá um pouquinho maior.

p.s.: "Sonreírse" é a palavra mais bonita do mundo. Pelo menos pelo buraco da minha fechadura. Até agora.

4 comentários:

Mariana Gomes disse...

Com certeza sua fechadura está maior, e vai estar cada vez mais.
E quando eu crescer espero ser pelo menos 1/4 de voce.

teoriasrabugentas disse...

A comida realmente não ajuda... eheheeh

Unknown disse...

Ai que saudades docê.

Ana Paula Pôr do Sol disse...

Amo ver meu poetero voltando rs rs rs