ߣQµæÐrø (meados de1999)
Não mais eu tento ser do jeito que nunca fui
Hoje me aceitei, mesmo sem credo e sem cruz
Nunca se pode crescer mentindo
Nunca se pode sofrer sorrindo
Nada me fará esquecer do meu beijo
de boa noite e tchau
Penso nos outros, aqueles outros normais
Que se mantém intocáveis (com suas vozes fatais)
Peça se quiser ganhar
A alma se pode curar
Carinho não se pode comprar...
só trocar e curtir
Nada mais me impede de viajar sem partir
Todos me rodeiam, perguntam como ser feliz
Nos sonhos se pode voar
Na vida eu sei me virar
Abrace se quiser amar
e não minta pra ti
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por isso quando entro, me aplaudes
e meu choro é mais verdadeiro
que a sua própria paixao avassaladora
de me ouvir cantar.
Um comentário:
A alma e o baú
Tu que tão sentida e repetida e voluptuosamente te entristeces e adoeces de ti,
é preciso rasgar essas vestes de dó,
as penas é preciso raspar com um caco, uma
por uma: são
crostas...
E sobre a carne viva
Nenhuma ternura sopre.
Que ninguém acorra.
ninguém, biblicamente, com os seus bálsamos e olores...
Ah, tu com as tuas cousas e lousas, teus badulaques, teus ais ornamentais, tuas rimas, esses guizos de louco...
A tua alma (tua?) olha-te, simplesmente.
Alheia e fiel como um espelho.
Por supremo pudor, despe-te, despe-te, quanto mais nu mais tu,
despoja-te mais e mais.
Até a invisibilidade.
Até que fiquem só o espelho contra espelho
num puro amor isento de qualquer imagem
- Mestre, dize-me... e isso tudo valerá acaso a perda de meu baú?
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