E do amor gritou-se o escândalo
Do medo criou-se o trágico
No rosto pintou-se o pálido
E não rolou uma lágrima
Nem uma lástima
Pra socorrer
E na gente deu o hábito
De caminhar pelas trevas
De murmurar entre as pregas
De tirar leite das pedras
De ver o tempo correr
Mas, sob o sono dos séculos
Amanheceu o espetáculo
Como uma chuva de pétalas
Como se o céu vendo as penas
Moresse de pena
E chovesse o perdão
E a prudência dos sábios
Nem ousou conter nos lábios
O sorriso e a paixão
Pois transbordando de flores
A calma dos lagos zangou-se
A rosa-dos-ventos danou-se
O leito dos rios fartou-se
E inundou de água-doce
A amargura do mar
Numa enchente amazônica
Numa explosão atlântica
E a multidão vendo em pânico
E a multidão vendo atônita
Ainda que tarde
O seu despertar
(Chico Buarque - 1969)
2 comentários:
ah, com essa você deixou a sua moça muito feliz!...
Tio Eustaquioooooo!!!!
Que saudades,tiooo!
Ow,minhas aulas jah começaram e eu ainda nao tenho prova a tarde,entao o forro eh uma boa,neh?!
Ah,voltei pro palacio!!Acredita?Pois eh...tow lah dih novo...
Eh isso...nem sei como lembrei o end do fotolog aki..tsc,tsc...
Bjuh**
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