Inventou-se o Direito de posse... Daquilo que não é seu, daquilo que você não é. A gente mal mal está, como querer garantir o ter? O que são esses grilhões?
Do outro lado o outro. Aquele, aquela, aquilo, a quilo. Peço, peso e penso: não sou eu, então não é meu. Está comigo se comigo for. Pensamentos não se prendem, aprendem. Aprendem a voar e não dependem nem de asas. Corpos são desejos. Desejos encorpados em ações. Voltas, revoltas e reviravoltas. O fluxo que escorre, esguicha e a gente lambe. Eu lambo, lâmbido, lânguido. Sorvo o que causei. Absorvo o que veio aprendido naquele ser que não sou. Aprendo a não prender. Tento me apegar ao desapego mesmo que não seja isso que me disseram quando não passava de um aprendiz. Sempre sou.
Quando a gente pensa que tem esquece do tempo. - Pô! Não era meu outro dia?! - Não era meu outro dia. No passado. No futuro. No presente distante. Ninguém é escravo. Não devemos aceitar. Ainda que todos estejamos escravos de pensamentos que possuímos. Ou melhor dizer que os pensamentos é que nos possuem?
Estou tentado. Tentando. Possuo apenas o instante. Nada mais me pertence. O que eu tiver, no sentido de vivenciar, isso sim posso chamar de meu. Você, amor, só pertence a você.
Digo, não é bem isso... O meu amor é seu.
[Arley Bequadro]
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