Eu amo a palavra. Eu amo palavras como se ama a beleza. Palavras nem sempre são belas e mesmo quando não o são, eu as amo. Eu me inundo nelas. Inundo delas. Eu me afogo no que elas dizem. Na capacidade que elas têm de nos fazer pensar. Elas são nosso pensar. Sem elas não seríamos capazes de tamanha complexidade. Precisamos delas. Eu preciso. Porém, palavras não bastam. Mais do que as palavras, amo sua limitação. Sua incapacidade de nos expressar completamente. Não. Não é isso! Amo a capacidade que tenho, que temos, de ultrapassar as palavras. Hoje estou afogado. Não mais em palavras. Afogado além-palavras. A arte me parece ser a forma de expressar mais próxima ao que sinto. Não que a arte traduza algo. Não é tão simples.
Sinto-me resolvido, talvez triste, quando o que sinto é possível ser dito. Sinto-me como um quebra-cabeças montado. Não há nada mais a fazer. Mas não hoje! Hoje sou um amontoado de pedras disformes e nada preenche as lacunas. Não há líquido. Não há areia fina. As palavras são pedras. Eu não estou vazio. Eu não estou cheio. Não há palavras para explicar como estou, mas estou à flor da pele.
Transbordo-me.
[Arley Alves Ribeiro]
[Arley Alves Ribeiro]
Um comentário:
holaaa arley !
adorei, vc q escreveu né?
tanto tiempo :)
abrazo
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