Resumo da obra?
Em breve o primeiro álbum vai nascer: Bequadros - Eu me vendo, com o tempo. Ouvindo algumas das canções entendi, talvez confirmei, o quanto a gente produz de acordo com nossa personalidade. Alguém que ouça com ouvidos moucos pode até vir a gostar e se deixar levar pelo ritmo, pela melodia agradável ou algum outro elemento da canção. Porém, somente aqueles ouvidos que "ouvem as entrelinhas" é que irão realmente ser arrebatados. Senti-se-ão representados, ou como já cantava o Milton: "Certas canções que ouço, cabem tão dentro de mim que perguntar carece: Como não fui eu quem fiz?"
Não costumo ser aquele cara com muito destaque. Passo despercebido em grupos. Não é só timidez, é um jeito mineiro, quem sabe? É um estratégia?! Quem me "vê" passar, quase nunca me vê. Só funciono frente a frente, olho no olho, conversa longa, frases e explicações. Com café, chá ou algum alcoólico. Não sirvo pra apenas 140 caracteres. Trocando em miúdos, não me troco em miúdos. Careço de contexto. Funciono com texto.
Puxe uma cadeira!
Aqui eu escrevo tudo o que não posso escrever. Aqui você irá tentar ler tudo o que não consegue Aqui estão as respostas de tudo que não se perguntou Aqui está a matéria prima do que não foi feito e assim...
sábado, agosto 29, 2015
terça-feira, abril 14, 2015
Além
Eu amo a palavra. Eu amo palavras como se ama a beleza. Palavras nem sempre são belas e mesmo quando não o são, eu as amo. Eu me inundo nelas. Inundo delas. Eu me afogo no que elas dizem. Na capacidade que elas têm de nos fazer pensar. Elas são nosso pensar. Sem elas não seríamos capazes de tamanha complexidade. Precisamos delas. Eu preciso. Porém, palavras não bastam. Mais do que as palavras, amo sua limitação. Sua incapacidade de nos expressar completamente. Não. Não é isso! Amo a capacidade que tenho, que temos, de ultrapassar as palavras. Hoje estou afogado. Não mais em palavras. Afogado além-palavras. A arte me parece ser a forma de expressar mais próxima ao que sinto. Não que a arte traduza algo. Não é tão simples.
Sinto-me resolvido, talvez triste, quando o que sinto é possível ser dito. Sinto-me como um quebra-cabeças montado. Não há nada mais a fazer. Mas não hoje! Hoje sou um amontoado de pedras disformes e nada preenche as lacunas. Não há líquido. Não há areia fina. As palavras são pedras. Eu não estou vazio. Eu não estou cheio. Não há palavras para explicar como estou, mas estou à flor da pele.
Transbordo-me.
[Arley Alves Ribeiro]
[Arley Alves Ribeiro]
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