Aqui eu escrevo tudo o que não posso escrever. Aqui você irá tentar ler tudo o que não consegue Aqui estão as respostas de tudo que não se perguntou Aqui está a matéria prima do que não foi feito e assim...
terça-feira, dezembro 28, 2010
De Paradoxo
talvez sejamos o que queremos
Dizem que temos a idade que não temos
talvez tenhamos idade de menos
Ouvi falar do infinito,
mas como saber onde começa?
Talvez isso tudo seja uma grande peça
que a palavra que nos "pregar".
O poeta disse que é do tamanho daquilo que vê,
mas ele usava óculos.
Quem sabe se usasse uma lupa ou microscópio,
talvez até um telescópio.
Qual é a idade do céu?
Qual céu estamos falando?
No meio de todo esse zum zum zum,
o que é nossa vida sem zoom?
Somos nada diante do todo.
Somos tudo diante do nada.
Em minha mente, nesse trecho da minha estrada.
o tudo hoje é você.
Arley Alves Ribeiro
quarta-feira, novembro 03, 2010
José (você marcha! Para onde?)
- José
E agora, José? (Serra)
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José? (Serra)
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José? (Serra)E agora, José? (Serra)
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, (Serra) e agora?Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José! (Serra)Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José! (Serra)
José, (Serra) para onde?
quarta-feira, julho 14, 2010
Dizem por aí
segunda-feira, julho 12, 2010
domingo, julho 11, 2010
Enfim, bem além de mim
que passei a gostar mais de mim
a coisa ia tão além
que não cabia nome algum e fim
sábado, julho 03, 2010
Extra!
segunda-feira, maio 31, 2010
Hasta la vista!
segunda-feira, maio 24, 2010
Internacional vs Estudiantes
segunda-feira, maio 17, 2010
Artistas pelados
sábado, maio 15, 2010
Traz pra frente
O que traz? Saudade?
O que traz? Ilusão?
Há quem sonhe de trás pra frente, revolvendo.
O que traz? Memória?
Há quem sonhe o que nunca houve.
O que traz? Utopia?
segunda-feira, maio 10, 2010
Viver faz bem pra vida.
Ars
terça-feira, maio 04, 2010
De lunes a Mayo
domingo, maio 02, 2010
Acostumbrarse, comunicarse!
terça-feira, março 16, 2010
quinta-feira, março 04, 2010
Violeiro (Elomar Figueira Melo)
as coisa lá da minha mudernage
qui mi fizero errante e violêro
Eu falo sério e num é vadiage
E pra você qui agora está mi ovino
Juro inté pelo Santo Minino
Vige Maria qui ôve o queu digo
Si fo mintira mi manda um castigo
Apois pro cantadô i violero
Só há treis coisa nesse mundo vão
Amô, furria, viola, nunca dinhero
Viola, furria, amo, dinhero não
Cantado di trovas i martelo
Di gabinete, lijêra i moirão
Ai cantado já curri o mundo intero
Já inté cantei nas portas di um castelo
Dum rei qui si chamava di Juão
Pode acriditá meu companhero
Dispois di tê cantado o dia intero
O rei mi disse fica, eu disse não
Si eu tivé di vivê obrigado
um dia i antes dêsse dia eu morro
Deus feiz os homi e os bicho tudo fôrro
já vi iscrito no livro sagrado
qui a vida nessa terra é uma passage
Cada um leva um fardo pesado
é um insinamento qui desde a mudernage
eu trago bem dentro do coração guardado
Tive muita dô di num tê nada
pensano qui êsse mundo é tudo tê
mais só dispois di pená pela istrada
beleza na pobreza é qui vim vê
vim vê na procissão do Louvado-seja
I o assombro das casa abandonada
côro di cego na porta das igreja
I o êrmo da solidão das istrada
Pispiano tudo do cumêço
eu vô mostrá como faiz um pachola
qui inforca o pescoço da viola
E revira toda moda pelo avêsso
i sem arrepará si é noite ou dia
vai longe cantá o bem da furria
sem um tostão na cuia u cantado
canta inté morrê o bem do amo.