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Músico, vivo, questionador, aprendiz

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Boa noite

Quando falo... todo prosa. Meu silêncio é que poeta! Penso no que me desperta! Leve, o pensamento, longe. Voa por bits, vai pelos ares. Explode uma pilha de palavras. Só sobram as melhores! Envio-as, pois não me pertencem, nem me cabem. Acho que agora descobri. Poesia é o que não cabe!

"Prosa: Palavras na sua melhor ordem. Poesia: As melhores palavras na melhor ordem." Samuel Taylor Coleridge

P.s.: Não é uma parede, é mais uma poesia.

Arley Alves Ribeiro

sábado, novembro 22, 2008

In line on

lave-me
leve-me
live me
love me
lux me

ala-me! ela-me! ilha-me enquanto me olha.

face a farsa
força e disfarce
à fuça

louva-me!
lisa me
valha-me
vire-me
voca me
ENLOUAQUEÇA-ME

Arley Alves Ribeiro

sábado, novembro 08, 2008

Tu sei la donna.
















Desejo a palavra certa. Anseio certa palavra.
Aspiro o lugar certo. Invoco o instante.
Desvario certo tempo. Intento o toque.
Desfoco, pois a vista se turva fora da silhueta.
Encaro a distancia. Esforço pra medir.
Sinto-me bem só de imaginar. Imagino-te.

Arley Alves Ribeiro

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Quando te vi amei-te já muito antes:
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há cousa feliz ou hora alegre.
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fosse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro.

Fernando Pessoa


Foto: Sofia Simões

segunda-feira, novembro 03, 2008

canção(música(poema(poesia(arte)))).

Ouça a canção,
dentro da canção há música,
na música há um poema,
no poema há poesia,
na poesia,
arte.

Ouça a canção inteira,
dentro da canção inteira há música,
na música inteira há um poema,
no poema inteiro há poesia,
na poesia inteira,
arte.

Inteira,
ouça a canção,
a música,
o poema,
a poesia,
arte.

Arley Alves Ribeiro

sábado, agosto 30, 2008

NOVA ORTOGRAFIA

Eis aqui um programa de cinco anos para resolver o problema da falta de autoconfiança do brasileiro na sua capacidade gramatical e ortográfica. Em vez de melhorar o ensino, vamos facilitar as coisas, afinal, o português é difícil demais mesmo. Para não assustar os poucos que sabem escrever, nem deixar mais confusos os que ainda tentam acertar, tudo será feito de forma gradual.

Por exemplo, o som de "S" é grafado de 9 maneiras diferentes (c, ç, s, x, z, sc, ss e xc). Isso não é um exagero? Assim, NO PRIMEIRO ANO, passaremos a escrever o som de “S” sempre com “S”, porque a letra mais usada entre as acima citadas. Palavras como CÉU, MAÇÃ, SUL, EXTRA PAZ, NASCER, DESÇA, OSSO E EXCETO pasarão a ser asim escritas: SÉU, MASÃ, SUL, ESTRA, PAS, NASER, DESA, OSO E ESETO.

Por outro lado, todo som de “Z” vai ser sempre escrito com “Z” mezmo. Pesoas que asesam a internet com frequênsia vão adorar, prinsipalmente oz adolesentes.

Para o som de “K”, uzaremos sempre “K”, eliminando o “C” e o “QU”. CÃO e QUERO, por ezemplo, pasarão a KÃO e KERO. Iso deve akabar kom a konfuzão, e os teklados de komputador terão uma tekla a menoz, olha só ke koiza prátika e ekonômika.

Para eskrever o som de “J”, as vezez uzamos “J”, as vezez “G”. Para ke tanta konfuzão? Simplifikaremoz uzando sempre “J” e deixando para o “G” a funsão de reprezentar o som de “GUÊ”. Asim, GENTE e GIRAR serão eskritas JENTE E JIRAR, enkuanto GUERRA e GUINDASTE pasarão a GERRA E GINDASTE.

Para o som de “I” uzaremos sempre “I” (e não e, ii, y...). Aléim diso, pasaremoz a iskrever o “I” nas palavraz im ki, até intão, eli era apenas pronunsiado. FIAT, VARIG i PNEU pasarão a FIATI, VARIGI i PINEU. Koiza semelhanti akontesi kom o som de “U”, ki é grafado kom "U", "O", "L" e "W". URSO, CURSO, ABRIL i WILSON pasarão a URSU, KURSU, ABRIU i UIUSON. Vamuz iskrever FUZIU, BRAZIU, KRIMINAU, já ki, afinau, a jenti fala tudu iguau e asim fika mais fasiu.

Averá um aumentu du intuziasmu pur parte du públiku NU SEGUNDU ANU, kuandu u problemátiku "H", inisiau ou finau, i toduz uz asentus seraum eliminadus, pasandu u tiu a ser substituidu pelu “M”.

NU TERSEIRU ANU, a aseitasaum publika da nova ortografia devera atinjir u istajiu im ki mudansas mais komplikadas seraum posiveis. U guvernu vai inkorajar a remosaum de digrafuz inuteis i letras dobradas, ki, aleim di diznesesarias, sempri foraum uma difikudade oriveu para as pesoas, ki akabaum fikandu kom teror de redijir.

U "CH" será simplifikadu para "X" i u "LH" pra "LI" ke da no mezmu i e mais fasiu i simplis. Isu fara kom ke vokabulus komu "onra" fikeim 20% mais kurtuz i akabará kom a difikudade di saber komu si iskreve xuxu, xá i xatisi. Aleim disu, todus, konkordaum ki us sinais di pontuasaum komu virgulas dois pontuz aspaz i travesaum tambeim saum difiseis di usar i prisizaum kair. I olia falandu seriu ja vaum tardi.

NU KUARTU ANU todaz as pesoas ja seraum reseptivaz a koizas komu a eliminasaum du plurau nus substantivu. Us karioka tauvez naum gosteim di akabar kom us plurau purke elis gostaum di pronunsiar xiando nus finau das palavra mais vaum akabar intendendu. Us paulista vaum axar sensasionau. Us goianu i otrus tantus vaum kerer aproveitar pra akabar kom u “D” nus jerundiu maz ai tambeim ja e eskuliambasaum.

NU KINTU ANU akaba a ipokrizia di si koloka “R” no finau dus verbu nu infinitivu i tambeim di otras palavra im ki ningeim fala mesmu. I tambeim u “U” i u “I” nus ditongu ke ningeim pronunsia komu pur ezemplu robu toca lokura kabelereru injenheru pexi i kaxa.
Us sinau di interogasaum i di isklamasaum kontinuam pra jente sabe kuandu algem ta fazendu um kestinamentu o ta isclamandu o gritandu kom a jenti. I u pontu pra jenti sabe kuandu a frazi akabo.

Naum vai te mais kualke difikudade. Ningéim vai te maiz esa barera pra sua asensaum sosiau i seguransa pisikolojika. Todu mundu vai iskreve sempri sertu i seim nunka falia i si intende muitu melio i di forma mais fasiu i trankuila. Finaumenti todu mundu no Braziu vai sabe iskreve direitu. Us jornalista us publisitariu us blogeru uz adivogadu uz iskrito i ate us pulitiku i u prezidenda republika. olia so ki koiza maravilioza.

(é possível achar esse texto na net, mas não tão bem feito. Não achei autor original. Além disso parece que foi sendo fuçado por várias mãos)

quarta-feira, agosto 20, 2008

Versus o mundo



Difícil acreditar que minhas teorias chegariam tão próximo do real e fariam tão bem às pessoas. Mesmo que o momento dure pouco, já ficou na minha história. Não me recordo de tanta lucidez e tanta surpresa boa. Agora tenho, pela primeira vez, um exemplo real de que é possível que as pessoas sejam esclarecidas, sinceras, amáveis e felizes ao mesmo tempo. Isso acontece em agosto de 2008. E tenho dito.

Arley Alves Ribeiro

A idade do céu

Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu

Não somos o que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu

Calma
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu

Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Ou um capricho do sol

No jardim do céu
Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu

Calma
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu

(Moska)

sexta-feira, agosto 08, 2008

domingo, agosto 03, 2008

Socorro!

foto: Shark












Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir...

Socorro!

Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...

Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena
Qualquer coisa!
Qualquer coisa
Que se sinta...

Tem tantos sentimentos deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos deve ter algum que sirva...

Socorro!
Alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada
Socorro!
Eu já não sinto nada...

(Arnaldo Antunes)


foto: Raphael



terça-feira, julho 29, 2008

in out


in-tenso out-êntico
in-consequente out-ernativo
in-compreendido out-ônomo
in-explicável out-amente
in-verso, verbo in-out-erável
In love.. out of doubt

Paulinha

29/07/08 10:40

sábado, julho 26, 2008

arte ≠ cultura


Arley versus cultura
Arley versos cultura
arte versus cultura
arte versos cultura
art versus cultura
art versos cultura
art versus cult-ura
art versos cult-ura
art versus ctrl-ura
alt versos ctrl-ura
alt versus ctrl+ura

Cult+Art+Del
Crtl+Alt+Del

Arley Alves Ribeiro

segunda-feira, junho 30, 2008

Só me fez bem

Não sei se foi um mal
Não sei se foi um bem
Só sei que me fez bem
Ao coração

Sofri, você também,
Chorei, mas não faz mal
Melhor que ter ninguém
No coração

Foi a vida
Foi o amo
r quem quis
É melhor viver
Do que ser feliz
Foi tudo natural
Ninguém foi de ninguém
Mas me fez tanto bem
Ao coração

(Vinícius de Moraes)


domingo, junho 22, 2008

...er

Quando crescer quero ser...
quanto a ser, quero crescer...
quando for, quero ser...
quanto ao ser, que ele cresça
quando crescer, que seja
sendo crescido, cresça
sendo crescido o ser, faça
fazer o que para crescer?
Quero sempre crescer para nunca deixar de ser
Então serei, ao invés de apenas estar

Arley Alves Ribeiro

sexta-feira, maio 30, 2008

Perfeito para usar hoje*

A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.

(Manoel de Barros)

*O título é do post e nao do poema.

quarta-feira, abril 23, 2008

ela, verdade e mentira


Venham as escolhas
junto às responsabilidade
para só assim se praticar
a irresponsabilidade
de viver

Venham as responsabilidades
junto aos resultados
para só assim se praticar
a invenção
da verdade

e a mentira

Que se dane
ela sorri
fica tudo mais calmo

Arley Alves Ribeiro

quinta-feira, abril 17, 2008

É verdade!

"Diga a verdade e saia correndo."
Provérbio Iugoslavo

segunda-feira, abril 07, 2008

Adorno

"O amor é a capacidade de perceber o semelhante no dessemelhante(...) Amado tú serás unicamente quando puderes te mostrar fraco sem provocares força"

(Theodor Wiesengrund Adorno - Minima Moralia - af. 66, p. 88, 1992.)

"Não me entendam mal. Não estou pregando o amor. Cultivá-lo me parece esforço vão; a ninguém caberia o direito de pregá-lo porque a falta de amor hoje - como eu já disse - é uma falha de todos, sem exceção. Para pregar o amor, seria preciso que aqueles aos quais nos dirigimos, que procuramos modificar, tivessem uma estrutura de caráter diferente. Porque as pessoas que devemos amar já são incapazes de fazê-lo e assim se tornam, por sua vez, menos dignas de ser amadas."

(Theodor Wiesengrund Adorno - Educação após Auschwitz - org. Gabriel Cohn, 1986 - p.43)

P.S.: Peço desculpas por pinçar trechos desse naipe e tirá-los do contexto dos livros... mas pra quem saber ler...

quarta-feira, abril 02, 2008

opus

Nao tenho harmonia
deixei pra trás
há alguns séculos

Nem diminuto
nem aumentado

Sôo com quartas
sol com sexta
sou com segundas

Assim como sábados e domingos

Quebro tanto o ritmo
que não sou de acompanhar
solo nenhum me dá tom

Sou só melodias

Descobrir meu tema é um anátema.


Arley Alves Ribeiro

sexta-feira, março 28, 2008

De novo, uma velha canção

Desenredo

Por toda terra que passo
me espanta tudo que vejo
A morte tece seu o fio
de vida feita ao avesso

O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego eu me enredo
Nas tramas do teu desejo

O mundo todo marcado
a ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo,
a morte é o fim do novelo

O olhar que assusta anda morto
O olhar que avisa anda aceso
Mas quando eu chego eu me perco
Nas tranças do teu desejo

Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou
Vou-me embora pra bem longe

A cera da vela queimando,
o homem fazendo seu preço
A morte que a vida anda armando,
a vida que a morte anda tendo

O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego eu me enrosco
Nas cordas do teu cabelo.

Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou
Vou-me embora pra bem longe

(Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro)

domingo, março 16, 2008

Gentes e Janelas


A janela do quarto dela era baixa e ele a pulou sem dificuldade. Ela se sentiu extasiada. Quando ele se foi ela se sentiu completa. Quando outro pulou a mesma janela ela sentiu necessária e curou-lhe as ânsias. Quando ele se foi ela sentiu orgulho. Quando mais um pulou a janela, ela estava frágil e não soube o que sentir. Ele foi prudente e a fez sorrir. Quando ele se foi ela se sentiu menor. O próximo que pulou a fez sentir completa e quando ele se foi ela se sentiu partida. Passou-se um tempo até que surgisse alguém na janela. Quando surgiu, havia um vidro e no vidro uma marca de batom. O vidro estava um pouco embaçado e as imagens imprecisas. O vidro era fino e frio, mas bastava para separar o mundo. Quando ele se foi, deixou uma marca de mão no vidro e uma flor no para-peito.

Arley Alves Ribeiro

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

vírus

Te amo mesmo gripado
Te amo mesmo gripada
Te amo mesmo ATCHIM!!!
Te amo mesmo assim.

Arley Alves Ribeiro

domingo, fevereiro 24, 2008

Instante, Saudade e Intensidade

(para a Paulinha, nunca esquecer)

Pra ser novo, tem que provocar um choque
pra ser livre, deve se livrar do medo
pra ser querido, não há um modelo
para o mesmo, então faça o mesmo jeito

Pra cantar, não fique nos cantos
pra dançar, vista a sua alma
se revele leve, vele o teu sorriso

Para ser um anjo, deve-se ser frágil
pra se confundir com os seus amigos
para marcar toda uma vida e da pena formar suas asas

Para deixar saudades basta um instante,
pra criar algo mais forte que o mar
que nem ele possa... nem ele possa tirar

E o instante se tornará eterno
primavera, verão, outono ou inverno
vai voltar como volta o vento
das verdades que vêm de dentro... sempre vêm de dentro

Arley Alves Ribeiro

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

I D A D E


Oh! Nesta mente?
Oh! Nesta idade?
Se ver idade,
sim, seria idade.
Um, mil, idade.
Nossa eterna idade
nessa imensa idade
a humana idade
sem intensa idade?
Temos qual idade?

Arley Alves Ribeiro

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Dueto

Cedo
minha vontade
atento
às suas ânsias
nada
a minha sede
trago
minhas dúvidas
ama
sua vida no meu espelho

Arley Alves Ribeiro

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Leve

Guardo outros planos para você
levá-la ao céu jogando-a ao chão.
Tenho um sonho para você:

Um instante que reterá cada som
cada cheiro pensamento suor cor gosto tato
cada arrepio sentido
cada sentido.

Dar-lhe-ei tal instante
para voar com você
será seu Instante-deus
será sua ilha fé conforto saudade remissão.

Sua vida será mais leve e pesada
após este instante
e a todo instante
o Instante se anunciará.

O mundo então será menos mundo
e mais espaço onde seu Instante pousa
pulsa
vive

A você, até se tirarem o lindo corpo
(hoje seu doce salgado lar)
sobrará ainda seu tudo.

será um todo-mulher
será um todo, mulher
será toda mulher
será toda, mulher
será toda maria
será toda, maria
será tudo, maria
será Maria.

Arley Alves Ribeiro

NUDA

Apesar de ires
a melhor parte de ti ficas
nao tens noção
tua parte ideal moras aqui
ide ciente, nunca sairás daqui

Irás nua
terás que te recomeçar
nua também tú ficas
sem rótulo, sem nome
sem estampa, sem teto
sem pudor

vais nua porque nua és.

Arley Alves Ribeiro

terça-feira, janeiro 15, 2008

Sim, a noite













Está chegando a noite
em que tudo some
em que tudo soma
sobrará o sumo
suma noite

Arley Alves Ribeiro
Haicai

primavera
até a cadeira
olha pela janela


luzes acesas
vozes amigas
chove melhor


(Alice Ruiz)

Feminino

Exausto

Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o sono profundo das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes.

(Adélia Prado)
(in "Bagagem" São Paulo: Ed.Siciliano, 1993)

quinta-feira, janeiro 10, 2008

nunca vai entender

fiz mais do que vistes
fui mais do que percebestes
faço mais do que vês
sou mais do que fostes
farei mais do que verás
serei sempre mais do que queres.

...

A verdade está como sob a pele
Para chegar até ela é preciso cortar
sua extração causará dor e uma cicatriz
porém, a vida continuará – começará em verdade.


sm (ingl truism) 1 Verdade evidente, que está a entrar pelos olhos de toda a gente. 2 Evidência, verdade banal, trivialidade.

“A verdade é a melhor camuflagem. Ninguém acredita nela.” (Max Frich)

“Toda verdade inédita começa como heresia e acaba como ortodoxia.” (Thomas Huxley)

“Todas as grandes verdades começam como blasfêmias.” (George Bernard Shaw)

“Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.” (Friedrich Nietszche)

http://lygia.wordpress.com/truismo/

http://cea.eti.br/tecnologia.blog/?p=8